quando se pede por favor,
o tempo não avança.
não é com educação que ele chega e não é com educação que ele vai.
não posso solicitar a sua presença, nem amarrá-lo.
se passar, posso chamá-lo,
mas ele poderá não vir.
sim, irá, de todas as vezes,
procurar a voz que o chamou,
mas não me servirá de muito,
porque poderá ficar, ou poderá ir.
e poderei tentar ser feliz para sempre assim,
neste jogo injusto de só lhe ver uma parte do rosto
e de o seguir com o olhar enquanto vai embora ou volta novamente,
manietada, doente,
resignada e impotente,
com os cigarros da espera a marcarem o compasso
da minha insanidade crescente.
esta cadeira está a tornar-se demasiado desconfortável,
a passividade induzida está a envenenar o que tenho de afável
e deixa de me apetecer
lutar numa guerra qualquer
que criei sem ser preciso.
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