1.11.09

involuntário

Have you ever been alone in the night time
And you're thinking that you just don't know
And that feeling grows
Without control

And you're thinking about a place to go
But your body tells you
"Stay at home"
It's involuntary

And when the phone has lost it's bell
And the doorbell has lost it's sound
You're only hearing your heart pound
It's involuntary
.
É involuntário. Tudo o que se sente, não o que se faz. Mas nem tudo o que se faz é controlável. E o que se pensa? E o que se deseja? É resultado da razão, ou da emoção? É resultado do calor da nossa cama, ou do frio que sentimos quando os lençóis são puxados por alguém para acordarmos e nos levantarmos?
A minha cama vem da montanha do meu peito e agora vejo-a desfeita, partida, acabada, cansada das noites em que lá dormi, em que me aqueceu, em que eu tremi e onde lhe abri o meu pensamento. Seria uma vida escrita nos lençóis, na madeira e no colchão - se eu tivesse querido escrever alguma coisa.
A rebolar pela montanha, alguém a segurou. Estará num lugar melhor, num lugar onde alguém pousará, com carinho, a cabeça e adormecerá docemente. Eu nunca adormeci - porquê?!
É involuntário. A solidão é conforme o corpo. Não parte do mundo, parte do meu suor e da minha pele. É involuntário o egoísmo: a cama era minha, os lençóis, a almofada, tudo! Eu existia pela minha cama.
Tudo isto que eu agora sinto é involuntário e eu peço desculpa, porque não é justo ser tão egoísta. Por isso, adeus Cama, não falarei mais das noites em que chorei porque não me aquecias, das noites em que te esticaste para eu não cair, das noites em que me pus em cima de ti e te magoei. Mas fomos tão felizes. Fomos. Mas é bom, também isso, não lembrar.
A vida toda no meu leito, eu dei a vida por um leito... e agora durmo no chão!

(imagem de: http://fav.me/d28upu0)

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