11.3.12

Não cair em depressão (outra vez)

Não necessito de aceitação. Este é o primeiro ponto. Esta não-necessidade tem de ser acompanhada de tranquilidade - aceitação da não aceitação. Consentir com a cabeça, sorrir e desvalorizar sem ódios.
Tenho de pensar no que me trouxe aqui de novo. Sim, já conheço esta casa: o não comer, o não dormir, o chorar, o irritar-se, o ter dores no corpo todo, o não conseguir controlar as emoções e as vontades.
Confirmo o que poderá ter desencadeado tudo isto e não atribuo a responsabilidade a ninguém. É muito importante, também, excluir-me da culpa porque é ela que mata e destrói. Consinto. Respiro. Fecho os olhos e, quando os abro, vejo tudo tremer. Esta dor é agonia em pó, mas estou a tentar.
Faço meditação, para tentar concentrar-me, filtrar os pensamentos e saber escolhê-los.

Estou, de facto, desesperada, mas sei o caminho a tomar. Desejo-me sorte, longe de medicamentos. Eu, a minha cabeça assassina e o meu peito frustrado.
Não quero voltar aqui...

só quero paz.

5.3.12

o sono sem sonho

o sono é estar sozinho e em paz e, enquanto houver o Sono e o Acordar, horas depois, sentir-me-ei inteira. preciso dele e de mais nada. que se ausente o mundo, quero dormir. sejam pequenos ou grandes, no meu sono todos são nada e não há nada que valha alguma coisa. toda a vida é incapaz e inútil enquanto durmo. não ouço, não sou, mas continuo a existir e faço-o sozinha - tudo resulta na perfeição. vou partir e ser onde a verdade não permanece amputada, onde se refaz e recria; onde eu sou sem consciência, onde reinicio a vida que há e que deixa de querer haver em mim.
entrego-me ao pesar dos olhos. ele possui-me, arranca-me pestanas e dá-me o beijo da quietude.
EU SOU DO SONO!