30.11.09

let's just stop pretending, supposing, guessing, assuming

I took my lucky break and I broke it in two,
Put on my worried shoes, my worried shoes,

Took me so many miles and they never wore out,
My worried shoes, my worried shoes

I made a mistake that I never forgot,
Tied knots in the laces of my worried shoes,

Every step that I take is another mistake,
I march further and further away in my worried shoes

My shoes took me down a crooked path,
Away from all welcome mats,
My worried shoes,

I looked all around and saw the sun shining down,
Took off my worried shoes, my worried shoes

http://www.youtube.com/watch?v=yQMcA0Q4T6c

run, run, run, run, run, run

sinto-me (quase) preenchida. adorei a música e o videoclip. adoro, adoro, adoro. eu sou, sou, sou tu, tu, tu.



Stay in bed
I feel sad
When you run

Stop the night
Hold me tight

Don't stand up
I feel strange
When you go

28.11.09

Marx e a "Nova Gazeta Renana" - parte 1 de 8

Procurar informação, que é a arma da formação do ser humano, é essencial. Eu encontrei-a e decidi partilhar.

Os movimentos radicais europeus, nas vésperas da revolução de 1848, dividiam-se em diferentes correntes e posições de diferente radicalidade: havia movimentos radicais religiosos antipapais e anticatólicas, movimentos radicais de natureza social, outras forças a organizar a justiça, em que se destacavam Proudhon, cuja concepção da sociedade e da distribuição da riqueza deixava um papel muito amplo às condições de que partia, considerando indispensável saber aproveitar os recursos de cada comunidade; havia movimentos radicais políticos que estudavam o papel que as minorias e a consciência do grupo desempenhavam na transformação social, estudando o papel das minorias revolucionárias. Assim como podemos encontrar debates radicais no campo da filosofia, da literatura, das relações entre os homens.

O segundo quartel do século XIX foi, na verdade, dominado por um espírito que tendia a levar as posições adoptadas ao seu extremo limite. Esse espírito radical desenvolvia-se no meio de uma sociedade muito fechada e egoísta, relacionada com o mundo saído da Revolução Francesa e o desaparecimento dos apoios sociais de toda a ordem que faziam face às injustiças mais gritantes.
Mas de todos esses movimentos decerto que o radicalismo político-económico de Karl Marx e o político-social de Proudhon, assim como, o radicalismo filosófico-religioso foram, os de mais persistente efeito.
A Nova Gazeta Renana - que a partir de aqui abreviaremos, NGR - recomeçou a publicar-se no ano da revolução, em 1848. Tendo em vista os sucessos revolucionários de Viena (13 de Março) e de Berlim (18 de Março), "a Liga dos Comunistas" (do latim communis = comunitário) recentemente fundada, em Londres, decidirá apoiar a revolução alemã. O trabalho de organização foi confiado a Karl Marx (1818 - 1883), que criou, para isso, uma administração central em Paris que, além dele próprio e de Friedrich Engels (1820 - 1895), compreendida também W. Wolff, H. Bauer, J. Moll e K. Schapper. O objectivo do comunismo, se o podemos definir numa frase única, era eliminar a propriedade privada dos meios de produção e dos bens imobiliários, entendendo que assim seria possível a todos os homens terem os mesmo direitos e as mesmas condições económicas.
Assim em Paris, Marx e Engels elaboraram as "reivindicações do partido comunista da Alemanha", que incluíam 17 alíneas, e estabeleceram os projectos para a organização da revolução alemã e a formação de uma república alemã unificada.
Os emigrados simpatizantes da liga de comunistas foram exortados a regressar à Alemanha, com vista a ajudar o exército da revolução e a trabalhar nos preparativos para a fundação de um partido proletário.
Para difundir o "Manifesto Comunista" e essas 17 reivindicações do partido comunista na Alemanha, Marx reuniu-se em Abril, na cidade de Colónia, com os seus amigos.


27.11.09

this house is no longer a home

eu que aprenda a levantar

Meu mundo caiu
E me fez ficar assim
Você conseguiu
E agora diz que tem pena de mim

Não sei se me explico bem
Eu nada pedi
Nem a você nem a ninguém
Não fui eu que caí

Sei que você me entendeu
Sei também que não vai se importar
Se meu mundo caiu
Eu que aprenda a levantar


ne me quitte pas

escrevi esta música na parede e mandei-a por correio ao céu.
agora é só olhar para ele quando as estrelas decidirem aparecer para escreverem o que eu lhes pedi
.

26.11.09

a TV que todos olham e ninguém vê

Livro: Homo Videns
Autor: Giovanni Sartori
Capítulo: A Primazia da Imagem

3. A videocriança

"O ponto de viragem é dado, pois, pelo informar-se vendo. Esta viragem começa com a televisão. Pelo que, também eu começo pelo telever. Quaisquer que sejam, depois da televisão, os desenvolvimentos visuais do videover, é a televisão que modifica em primeiro lugar, e fundamentalmente, a própria natureza da comunicação, deslocando-a do contexto da palavra (seja ela impressa ou radiotransmitida) para o contexto da imagem. A diferença é radical. A palavra é um "símbolo" inteiramente resolvido naquilo que significa, naquilo que deixa compreender. E a palavra só deixa compreender se for compreendida, isto é, se conhecemos a língua a que pertence; de outro modo, é letra-morta, um signo ou um som qualquer. Pelo contrário, a imagem é pura e simples representação visual. A imagem, simplesmente, vê-se; e para ver basta a visão, basta não sermos cegos. A imagem não se vê em chinês, árabe ou inglês. Repito: simplesmente, vê-se.
Fica, então, claro que o caso da televisão não pode ser tratado por analogia, isto é, como se a televisão fosse uma prossecução e uma mera amplicação dos instrumentos de comunicação que a precederam. Com a televisão aventuramo-nos num novo radicalmente novo. A televisão não é um acréscimo; é acima de tudo uma substituição, que inverte a relação entre compreender e ver. Até hoje, o mundo e os acontecimentos do mundo eram-nos relatados (por escrito); hoje são-nos mostrados, e o relato (a sua explicação) é quase apenas em função das imagens que aparecem no vídeo.
Mas se for verdade, a consequência é que a televisão está a produzir uma mutação, uma metamorfose, que interessa a própria natureza do Homo sapiens. A televisão não é apenas um instrumento de comunicação; é, também, ao mesmo tempo, paideia (1), um instrumento "antropogenético", um media gerador de um novo anthropos, de um novo tipo de ser humano.
É esta a tese, ou, se quisermos, a hipótese, que cruza o livro todo e à qual, obviamente, voltarei por diversas vezes. Uma tese que se funda, como premissa, no puro e simples antefacto de que as nossas crianças vêem televisão, horas a fio, antes de aprenderem a ler e a escrever.
Curiosamente, esta exposição é criticada sobretudo porque (diz-se) habitua a criança à violência e a torna, quando adulta, mais violenta (2). Digo curiosamente, porque, aqui, um aspecto do problema substitui e esconde o problema. O argumento de que uma criança com menos de três anos não compreender aquilo que está a ver, mas, por isso mesmo, "absorve" a violência como um modelo excitante, e porventura vencedor, de vida adulta, é sem dúvida verdade. Mas porquê limitá-lo à violência? A verdade maior, e global, é que a criança cuja primeira escola (a escola divertida, que precede a escola aborrecida) é a televisão, é um animal simbólico que recebe o seu imprint, o seu cunho formativo, através das imagens de um mundo todo ele centrado no ver. Nesta paideia, a predisposição para a violência, é, dizia eu, apenas um aspecto do problema. O problema é que a criança é como uma esponja qe regista e absorve indiscriminadamente (visto não ter ainda capacidade de discriminação) tudo aquilo que vê. Ao mesmo tempo, e na vertente contrária, a criança formada pelo ver limita-se a ser um homem que não lê e, consequentemente, na maioria das vezes, "um desmiolado pelo vídeo", que se dedica aos videogames pela vida fora.
"No princípio era o verbo": assim reza o Evangelho de S. João. Hoje dever-se-ia dizer que "no princípio é a imagem". E com a imagem a ultrapassar a palavra, instala-se uma cultura juvenil muito bem descrita por Alberoni (1997):

Os rapazes andam no mundo adulto da escola, do Estado [...] da profissão como clandestinos. Na escola ouvem preguiçosamente as aulas [...] que esquecem rapidamente. Não lêem jornais [...] Trancam-se no seu quarto com os posters dos seus heróis, vêem os seus espectáculos, andam na rua mergulhados na sua própria música. Acordam apenas quando se encontram na discoteca à noite. Quando, finalmente, saboreiam a ebriedade de se amontoarem uns por cima dos outros, a beatitude de existirem como um único corpo colectivo a dançar.

Não seria capaz de representar melhor a videocriança, isto é, a criança criada pelo videover. Será que esta criança acaba por se tornal adulta, um dia? De uma forma ou de outra, necessariamente. Mas, seja como for, trata-se de um adulto que permanece surdo, por toda a vida, aos estímulos do ler e do saber transmitidos pela cultura escrita. Os estímulos aos quais continua a responder, quando crescida, são exclusivamente audiovisuais. Por isso, a videocriança não cresce para além de determinados limites. Aos trinta anos é um adulto empobrecido, educado pela mensagem "a cultura, que chatice" de Ambra Angiolini (a enfant prodige que animou durante uma época a grande aldeia de férias televisiva), portanto, um adulto marcado para toda a vida por atrofia cerebral.
O termo cultura possui dois significados. Na sua acepção antropossociológica significa que cada ser humano viva na esfera de uma sua própria cultura. Se o homem é, como é, um animal simbólico, disto deriva, eo ipso, que vive num contexto conectivo de valores, crenças, concepções e, numa palavra, de simbolizações que constituem a sua cultura. Nesta acepção genérica, também o primitivo ou o analfabeto possuem cultura. E é nesta acepção que hoje falamos, por exemplo, de uma cultura do lazer, de uma cultura da imagem e de uma cultura juvenil. Mas cultura é também sinónimo de "saber": uma pessoa culta é uma pessoa que sabe, de boas leituras, ou seja como for, bem informada. Nesta acepção restrita e apreciativa, a cultura é dos "cultos", não dos ignorantes. E é esta acepção que nos permite falar (sem contradições) de uma "cultura da incultura" e, consequentemente, de atrofia e pobreza cultural.
É exacto que "as sociedades têm sido sempre plasmadas pela natureaza dos media mediante os quais comunicam, mais do que pelo conteúdo da comunicação. O alfabeto, por exemplo, é uma tecnologia absorvida pela criança [...] por osmose, por assim dizer" (McLuhan e Fiore, 1967, p.1). Mas não é exacto que o "alfabeto e a imprensa têm promovido um processo de fragmentação, de especialismo e de separação, [enquanto] a tecnologia electrónica promove a unificação e envolvência" (ibid.). O contrário é que é verdade (3). Nem estas considerações podem demonstrar qualquer superioridade da cultura audiovisual sobre a cultura escrita.
A mensagem com a qual a nova cultura se recomenda e auto-elogia é que a cultura do livro é de poucos (elitista), enquanto a cultura audiovisual é de muitos. Mas o número de utilizadores - poucos ou muitos - não modifica a natureza e o valor de uma cultura. E se o custo de uma cultura de todos é a desclassificação para uma subcultura que é aliás - qualitativamente - "incultura" (ignorância cultural), então o saldo da operação só é negativo. Todos incultos será porventura melhor do que muitos cultos? Queremos uma cultura na qual ninguém sabe nada? Numa palavra, se o professor sabe mais que o aluno, teremos então de matar o professor; e quem não raciocina desta forma é elitista. Esta é a lógica de quem não tem lógica."

(1) Paideia é, do grego, a formação da criança.
(2) Segundo os cálculos de um professor americano, sem a televisão, nos Estados Unidos, verificar-se-iam menos 10000 assassínios e menos 700000 agressões por ano. Não me sinto capaz de subscrever este cálculo, mas esta influência certamente existe.
(3) Sobretudo quando se chega à decomposição digital (binária) das mensagens. Pois a digitalização é um instrumento formidável de decomposição-recomposição que fragmenta mesmo tudo. Para o "digerado" (o homem de uma cultura digital) deixa de existir uma realidade "organizada". Para ele, qualquer conjunto pode ser manipulado e recomposto ad libitum, a seu bel-prazer, de mil e uma maneiras.
Nota: Custou bastante passar o capítulo todo, mas quem corre por gosto não cansa. Estou a gostar bastante do livro e recomendo-o vivamente.

25.11.09

bang bang

opinião
s. f.
1. Modo de ver pessoal.
2. Juízo que se forma de alguém ou de alguma coisa.
3. Adesão pessoal ao que se crê bom ou verdadeiro.
4. Modo como o geral das gentes vêem certas coisas ou dizem julgar delas. (Também se diz opinião pública.)
5. Voto, parecer.
6. Credo político; crença. (Usado também no plural)
7. Infrm. Presunção, amor-próprio.


tolerância
s. f.
1. Condescendência ou indulgência para com aquilo que não se quer ou não se pode impedir.
2. Boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas.
3. Med. Faculdade ou aptidão que o organismo dos doentes apresenta para suportar certos medicamentos.

24.11.09

too drunk to fuck

Come on and knock it where it's rocking non-stop !
Go fuck your pain away.

rain

fiquei tocadinha. a fantástica Nasic sempre a surpreender(-me).
fantástica prestação numa música que nada tem de fácil e que é das minhas preferidas dos Macacos do Guano.


you wanna live a lie and I'm pretty in scarlet





You gave me wine
to poison me
and take away my time
I can hear you cry
I wonder why

And if you throw a stone on me
I’m pretty in scarlet
and if you need some pain to see
I’m pretty in scarlet
and if you live your lies
I will run

23.11.09

fresh air



SWALLOW


I'm watching porn

In my hotel dressing gown
Now I dream of you
But I still believe
There's only enough for one in this
Lonely hotel suite

You put my feet back on the ground
Did you know you brought me around

You were sweet, and you were sound
You saved me

Thank you. Goodbye, nightmare.

'bruna de oliveira lopes', por 120 - nariz empinado

O Ricardo (aka 120), das melhores e mais bem capacitadas pessoas que já conheci até hoje, deixou-me um doce na janela. Aproveito o blog para partilhar, mas também para agradecer, com carinho, o mimo à auto-estima que isto foi. A uma das pessoas que mudou um pouco a minha vida - para melhor - um muito obrigada. Ah! E não, não seria a mesma pessoa sem te ter conhecido.


"eu não gosto de admiti-lo
mas tu inspiras-me de vez em quando
do meu quilo, és meio quilo
50% do que eu mando
desvalorizas-te por culpa do corpo
mas o q dizes nao é verdade
se for, mais vale dois metros de cu
do que só 2 de personalidade
e não digas q isto não é verdade
poucas te chegam aos pés
tu sabes bem que não é pela aparência
que eu deixo de gostar de quem és
sei que isto pode virar som de pita
e não é isso que queres
mas não és só bonita
és diferente de todas as outras mulheres
peço desculpa se é chato
mas não tenho jeito para lamechice
isto é so um facto
não te curtir é parvoice
cagas na cabeça de muitos
não te falta q.i.
cagas na desses muitos
e do que esses muitos falam de ti
não sejas mesquinho
ela censura a mesquinhice
e não me lembro de me sentir ofendido
com algo que ela disse
és aluada, mas enfim
perfeita não te queria
significas algo pra mim
acho que se nota em cada fotografia
já passámos umas cenas
das quais não me envergonho
mas o maior privilégio que me deste
foi ter aparecido no teu sonho
vou-te ler uma passagem
quando falavamos de mc's e de modas
os meus neurónios ainda reagem
e só pa ver se te recordas
não digo nada q preste
dizia q nao era mc e mexia no cabelo
e foi então q disseste:
"tenho a certeza q um dia vais sê-lo"
tiveste lá pra mim
o contrário sabes q nao digo
e embora não o demonstre tanto assim
eu preocupo-me contigo
admiro-te pelo q és
humilhas os que vos chamam sexo fraco
porque mostras que nem todas as mulheres
devem ser postas no mesmo saco
o que digo torna-se repetitivo
mas eu sei do que falo
dama, tu tens objectivos
e lutas pa concretizá-los
dizer que és tipo imperatriz
acredita que é pouco
mereces governar a alegria e ser feliz
mais do q qualquer outro
dizes que fui eu que te meti nos hiphop's
que foste influenciada
mas se tu não tivesses interessada
eu não podia fazer nada
eu sei que a tua vida
não gira à volta de homens, pelo contrário
pões na cabeça destes jovens
o que eles não têm e é necessario
não tenho jeito para dedicatórias
desculpa se sou otário
so quero dizer que 'Bruna Lopes'
nunca há-de ser definida pelo dicionário
mesmo quando não estás comigo
eu sei q não me esqueces
pouca gente me tem conhecido
como tu já me conheces
eu também jé te conheço um pouco
não como a palma da minha mão
mas o suficiente
para saber quando algo 'tá errado ou não
fizeste aquela rasta
que fui eu que cortei sem stress
agora quase te arrastas
por quem não te merece
contas-me tudo, agradeço-te
por confiares em mim
se tiveres frio, eu aqueço-te
só falo pa te aconhegares em mim
assim, deixo-te interpretar as palavras
como entenderes
e ficamos com isto pra nós
se eu desaparecer daqui ou tu desapareceres
e isto que digo é puro
nunca me magoa
se eu alguma vez fui maduro
foi por ter estado com a tua pessoa
e agradeço-te mais uma vez
já me faltam palavras pra adjectivar-te
hás-de levar sempre
um pedaço meu pra toda a parte
porque não sei como teria sido
a minha vida sem ter estado
com aquela dama do porto
que me parecia de nariz empinado"

22.11.09

MASS DESTRUCTION

Whether long range weapon or suicide bomber
Wicked mind is a weapon of mass destruction
Whether you're soar away sun or BBC 1
Disinformation is a weapon of mass destruction
You could a Caucasian or a poor Asian
Racism is a weapon of mass destruction
Whether inflation or globalization
Fear is a weapon of mass destruction
Whether Halliburton or Enron or anyone
Greed is a weapon of mass destruction
We need to find courage, overcome
Inaction is a weapon of mass destruction


the fragile




She shines
In a world full of ugliness
She matters when everything is meaningless
Fragile
She doesn't see her beauty
She tries to get away
Sometimes
It's just that nothing seems worth saving
I can't watch her slip away

If I could fix myseld I'd - but it's too late for me

It's something I have to do
I was there, too
Before everyhting else,
I was like you

the story of flight ends with gravity

21.11.09

abençoado deviantart - aqui temos 8000 palavras









The Different Sides of D O 006: http://quemas.deviantart.com/art/The-Different-Sides-of-D-O-006-119659604
s xx 11 updated: http://fav.me/d28h8cm
advice:
http://fav.me/d26y429
i feel your absence: http://fav.me/d1c9erd
interlude: remaining the summer:
http://fav.me/d2d5npl
of a thousand faces: http://fav.me/d29vesx
tess:
http://fav.me/d2duacs
wherever:http://fav.me/d2d0dji

energia

Nothing in motion, and I'm satisfied
No disappointment, until I wake up
Don't want to wake up!

gosto de brincar aos segredos comigo mesma. e de me dar abraços, para me aquecer.

destiny

muito me dizes.

20.11.09

reservoir dogs e kiss


de quentin tarantino e andy warhol, respectivamente.


opinião: amei-os!

18.11.09

!!!

opinião pública é o conjunto de pensamentos, conceitos e representações gerais dos cidadãos sobre as questões de interesse colectivo.
pode ser entendida como a voz da sociedade civil ou a expressão da vontade colectiva. neste sentido, a opinião pública influencia a política e pode, inclusive, derrubar governos.

somebody to love

não me deixar cegar.
ter tempo.
construir solidamente.
criar alicerces.
não deixar a vida apagar.
ir com o vento.
viver confortavelmente.
fazer do 'eu' as minhas preces.
trabalhar.
ser justa e manter a calma.
deitar fora o(s) desnecessário(s).
ter mãos para agarrar o que vale a pena.
ser o que penso.
afastar-me do medo.
e esquecer os segredos.
salvar o que se deitou ao lixo.
ser, viver, colher para comer.
sorrir ao acordar.
sem chorar ao adormecer.
chega do erro.
é tempo de acertar.
When the truth is found to be lies
And all the joy within you dies
You better find somebody to love.
não eu.

17.11.09

NÃO ME EMPRENHEM MAIS PELOS OUVIDOS!

Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, han? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem... E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do... que dia é hoje, ah?

15.11.09

vozes na cabeça

It's in your reach

Concentrate

If you deny this

Then it's your fault

dedico a hoje

Eu calo as palavras, poupo o vocabulário, é que
Pró meu silêncio ainda não há um dicionário
E eu não falo sem pensar e não quero pensar demais
Não espero interpretações ou traduções emocionais.

Como todas as mulheres quero sentir que sou diferente
Sou todo o cliché da vida toda pela frente,
Sou carente q.b. como um domingo persistente em que
Não sei porquê a gente tem olhar ausente.

Amiga, como tu tenho medo da rejeição
Chorei deitada no chão, achei que era em vão e não
Havia solução a ferida ficaria aberta,
É certo que te marca mas não mata, só desperta.

Também sou insegura, ponho a lupa nos defeitos,
Tenho a fúria do espelho, muitas dúvidas no peito…
Às vezes não me valorizo, não grito quando é preciso,
Não tenho juízo e vivo em função doutro indivíduo
Como tu não sou perfeita mas esse é o nosso carisma
E quem cisma e não respeita não consegue ver um cisne.

A beleza não se finge é aquilo que tu emanas, mana
Como uma esfinge fica sólida a uma deusa humana.
Somos assim cheias de contradições como as tradições sem fim que nos atiram p’ra depois.
Vestem-nos de cor de rosa p’ra enfeitar um mundo que é cinzento,
Querem-te vistosa mas cagam em como estás por dentro
E não tens tempo p’ra te amares a ti
Tens de ser loira, boa, magra, sensual e com Q.I.
Claro que assim manter uma auto-estima dá muito trabalho.
Não sou a super-mulher e mando o mundo p’o caralho!

Carta fora do baralho mas serei dama de copas,
Serei rainha como tu um dia, topas?
E quando fraquejares vais repetir num sussurro
Aquilo que eu canto p’ra sorrir num dia escuro.

Capicua - Alfazema

falsa democracia

13.11.09

transborda e eu fujo

tenho fases de horror, há dias em que não me tenho. não me perco: encontro-me e não estou preparada para me ver. não.
não, a minha porta não abre, não fecha. a minha porta bate na parede com a ventania, a minha porta não sabe para onde... para onde devo ir.
fiel ao que penso, ou fiel ao que sinto? - estou desviada do que me prende à terra.

a tua mente só livre quando encontrares a tua paz

eu prefiro ficar assim. eu prefiro ficar de maneira nenhuma.

o meu barco furou, i go with the flow

12.11.09

so funny

odeio mulheres a escreverem sobre o amor. enoja-me o exagero dos seus sentimentos. quando elas falam de saudade e de nostalgia a minha cabeça começa a andar à roda. mulheres apaixonadas são piores que homens bêbedos, piores que a vírgula a separar o sujeito do predicado, pior do que não saber quando se põe "há" e "à". ó mulheres deste mundo, mas façam mais alguma coisa para além de andarem a suspirar pelos cantos o amor, a gritar no meio da praça o ciúme, a escrever pelos blogues a saudade, a esconderem a verdade no vosso peito e a chatear o meu juízo que não faço mal a ninguém!

até quero ver...
bem, vou ao meu chá falar de amor ao cão. porque eu não sou mulher e a mim até assenta bem.

somos mesmo do caralho. as que gostam e as que não gostam, as que sabem e as que não sabem, as que querem e as que não querem - falar do amor.

bruna lopes é sinónimo de irresponsabilidade e isso toda a gente sabe

troco sempre as voltas às minhas prioridades e nunca deixo de achar muita piada à situação!
vou dedicar-me ao (sem sal do) Torga, finalmente, antes que fique com a corda ao pescoço...

rumor dos fogos

se um dia a juventude voltasse
na pele das serpentes atravessaria toda a memória
com a língua em teus cabelos dormiria no sossego
da noite transformada em pássaro de lume cortante
como a navalha de vidro que nos sinaliza a vida

sulcaria com as unhas o medo de ter perder... eu
veleiro sem madrugadas nem promessas nem riqueza
apenas um vazio sem dimensão nas algibeiras
porque só aquele que nada possui e tudo partilhou
pode devassar a noite doutros corpos inocentes
sem se ferir no esplendor breve do amor

depois... mudaria de nome de casa de cidade de rio
de noite visitaria amigos que pouco dormem e têm gatos
mas aconteça o que tem de acontecer
não estou triste não tenho projectos nem ambições
guardo a fera que segrega a insónia e solta os ventos
espalho a saliva das visões pela demorada noite
onde deambula a melancolia lunar do corpo

mas se a juventude viesse novamente do fundo de mim
com suas raízes de escamas em forma de coração
e me chegasse à boca a sombra do rosto esquecido
pegaria sem hesitações no leme do frágil... eu
humilde e cansado piloto
que só de te sonhar me morro de aflição


de Al Berto


T, vê no teu mp3 se ainda existe uma gravação minha a ler este poema. Andava a brincar com ele a ler isto vezes e vezes sem conta. Só me ria e tinha de voltar ao início.
Tenho de entregar um trabalho de Literatura amanhã e qual não foi o meu espanto quando reparei neste poema numa das últimas páginas do livro, mesmo à espera da minha surpresa.

han vuelto

parfois, crois-moi, on doit se taire

e eu estou caladinha que nem um isco


vem depressa mãe

mãe

  1. parabéns, mãe
  2. tenho fome, mãe
  3. mãe, não há água em casa
  4. mãe, traz comida por favor
  5. mãe, parabéns, mãe
  6. mãe, eu quero ficar melhor
  7. mãe, estou fraca
  8. mãe, estou prestes a desmaiar, traz-me comida
  9. mãe
  10. mãe, devo ter vomitado bílis
  11. "mãe, eu quero morrer, mãe"
  12. mamã!!!

10.11.09

don't be afraid to care

BREATHE
BREATHE IN THE AIR
DON'T BE AFRAID TO CARE
LEAVE, BUT DON'T LEAVE ME
LOOK AROUND AND CHOOSE YOUR OWN GROUND
RUN
RABBIT RUN
DIG THAT HOLE, FORGET THE SUN
AND WHEN AT LAST THE WORK IS DONE
DON'T SIT DOWN
IS TIME TO DIG ANOTHER ONE

For long you live and high you fly
But only if you ride the tide
And balanced on the biggest wave
You race towards an early grave

a chave

é saber o porquê do meu gosto. não necessariamente saber o quê, nem concordar. é somente compreender, saber de uma só vista de olhos, porque escolho A e não B, porque é X e não Y.
o porquê da música e do filme em francês. o porquê da cidade, o porquê das cores.
é ficar-se surpreendido com a minha escolha, pensar no que eu me fui lembrar desta vez, mas, de um estalar de dedos, ser óbvia e engraçada a opção escolhida, sem eu ter de abrir a boca.
é encontrar em mim razões, mesmo sem saber antecipadamente o que vou fazer a seguir.
não é saber que eu pintei muito do meu peito para que ficasse frio e que a tinta por vezes estala - é saber o porquê.

e há quem saiba melhor que eu.

http://www.youtube.com/watch?v=5Z6s2Ln58Xw

9.11.09

oh,

gostava mais quando o blog só era lido por mim

my cards are on the table



'Mostra o teu jogo. Eu pago para ver.'

sinto um arrepio na espinha enquanto me passeio na estrada.
é por ver ao longe, eu já consigo ver ao longe!
e sabes o que eu vejo?
nada.
o longe é longe demais.

21-12-2012

2012 aproxima-se e cientistas, religiosos e místicos do mundo inteiro correm atrás de pistas deixadas por civilizações e profetas do passado, de maneira a tentarem inferir como será o fim dos tempos.
Culturas ancestrais previram o ano de 2012, como o ano do 'fim do mundo', do 'apocalipse', ou ainda como ano em que se irá iniciar uma nova era - as mais diferentes crenças dizem que o mundo como o conhecemos poderá deixar de existir.


Depois de uma discussão com uma colega de turma sobre isto, fiquei o dia todo a pensar, a pensar sem parar! Fiquei com vontade de ver o tempo andar para a frente, para saber se será verdade. Estaria a mentir se dissesse acreditar, mas estaria a mentir, também, se dissesse que não tenho curiosidade e vontade de o saber.
Como é natural em mim, comecei a pensar no que faria nesse dia. Se não houver nada que me prove que é mentira, sei que no dia irei pensar em muita coisa e não vai ser, de certeza, um dia como os outros.
Terei 20 anos, estarei a tirar o meu curso, amarei os meus pais e a minha família, terei cicatrizes no meu corpo e no meu peito, terei conhecido montes de pessoas, terei sonhos, terei frustrações. Terei filhos por acidente, talvez. Estarei fora do país, talvez. Estarei longe do amor, talvez. Serei revoltada ainda, talvez. Terei tomado muitas decisões e seguido muitos caminhos - com certeza.
Assusta-me que o mundo acabe, mais do que me assusta a morte.
Assustar-me-ia saber que ia morrer, mesmo sabendo, já, que vou morrer.
Assusta-me saber que não lido da pior maneira com a morte, mas que iria reagir muito mal ao fim.
Assusta-me a hipocrisia da nossa vida. Pode haver, não um fim do mundo, mas um fim de vida a qualquer momento. Quantas e quantas gerações já existiram? Quantas pessoas já houve? Quantas pessoas já morreram?
Assusta-me a ideia de morrer depois de ver quem amo ir.

Mas de que me adiantaria ficar assustada? De que adiantaria morrer de mão dada às pessoas que amo? De que me adiantaria que muito do que acontecesse, fosse da maneira mais fácil e mais suportável?

De que me adianta, AGORA, que a qualquer momento posso morrer, que as coisas se processem da maneira mais fácil e suportável?
Já não tenho curiosidade em saber o que me vai acontecer no dia 21 de Dezembro de 2012. Tenho curiosidade, sim, em saber o que me vai acontecer amanhã e depois. O que farei? O que farei para que, no limiar da morte, sinta que os que ficam se poderão lembrar de mim com orgulho?
É disso que se trata.

Quem me dera acreditar na vida após a morte.


mais informações sobre o assunto
: http://porque2012.com/porque2012.html

8.11.09

oh precious

dias e noites. quentes e gelados.
dias quentes em gelados.
escuros e claros.
bonitos e feios. distância e toque.
saudade e sufoco. enjoo.
sorrisos e discussões.
indivíduos e multidões. ócio e trabalho. cansaço e preguiça.
ahah, o mundo.
Oh precious, I've been tired.
Oh precious, I've been missing you.


http://www.youtube.com/watch?v=7H5-QG2b3bM

It's only the sound of the phone ringing
It's only your silent voice singing
It's only the darkness bringing memories of you
It's only the first double meaning
It's only the second hand dealing
It's only you carefully stealing pieces of me

And though
It's been long
So so long to be here
And though
I was wrong
It took you to appear

Before I would run from you
But now
I come to you

It's only the tired clock ticking
It's only the part of the drum kicking
It's only the touch of you picking little old me
It's only my favourite face breaking
It's only the frozen ground shaking
It's only my opening eyes taking pictures of you

capacete dourado



vou viver, até quando eu não sei
não me importa o que serei
quero é viver!

7.11.09

aphex twin? quem?



Aphex Twin, nome artístico de Richard David James (Limerick, 18 de Agosto de 1971), é um DJ e produtor de música electrónica, nascido na Irlanda, mas criado na região da Cornuália, Inglaterra.
O seu trabalho é marcado por linhas harmónicas sombrias e elaboradas, batidas originais e abrasivas e pela originalidade da textura dos sons que cria. Utiliza diversos outros codinomes, tais como AFX, Bradley Strider, Caustic Window, Gak, Polygon Window, Power Pill e Q-Chastic.

James é filho de Lorna e Derek James (que participam no disco "Drukqs", na faixa "Lornaderek", a cantar a música «Parabéns Para Você» para o seu "pequeno filho de 28 anos"). Enquanto adolescente, trabalhou como DJ em Cornwall. Confirmou-se como sendo verdade que ele tinha pouco contacto com a música e que criava seus próprios instrumentos (com conhecimentos adquiridos através de cursos sobre eletrónica feitos por correspondência). De facto, ele já disse numa entrevista que a única música que o influenciou foi a dele próprio. Sendo isso verdade, o aclamado álbum Selected Ambient Works 85-92, de 1992, teria começado a ser feito quando James tinha apenas 14 anos e de forma totalmente isolada.

James vive uma vida relativamente isolada e, quando dá entrevistas, costuma ser excêntrico, mentiroso e confuso.
Entre diversas lendas surgidas sobre ele, ao menos três são verdade. Ele realmente tem um
tanque de guerra norte-americano de 1950 e um pequeno submarino russo. De facto, ele mora num Banco da HSBC,
convertido numa residência. Reza a lenda que James vive nos cofres, que também usa como estúdio.
Quanto ao uso de drogas, diz que já experimentou diversas, mas que nunca trabalha sob o efeito de nenhuma.
Existem relatos de que ele se veste de maneira rústica, e repórteres já declararam em matérias que ele usa roupas velhas e rasgadas, mesmo em shows.
Usualmente James não fala, acena ou dança durante suas performances ao vivo. Muitas vezes ele nem ao menos faz contato visual com o público, outras vezes toca na escuridão ou no fundo do palco.
Uma vez, no Brasil, no Free Jazz Festival de 2001, a maioria do público não percebeu que ele tinha começado a tocar e ele só pôde ser visto perante as pick-ups uma hora depois de começada a apresentação.

Fonte: Wikipedia

http://www.youtube.com/watch?v=5Az_7U0-cK0 - Come to Daddy

http://www.youtube.com/watch?v=tatccHVfuhA - Donkey Rhubarb

http://www.youtube.com/watch?v=2fmo1Sjn7dg - Window Licker

http://www.youtube.com/watch?v=Qwe10iDlFQo - Vordhosbn

http://www.youtube.com/watch?v=MBFXJw7n-fU - Avril 14th

6.11.09

era uma tchapada

se, à partida, se desiste, então pra quê o sonho?
Simone, Isabel, Frederico, Rodrigo, Ricardo

seria um título excelente

"Eu sou um homem ridículo. De momento, dizem que estou louco. Seria um título excelente, se para eles eu não permanecesse nada mais que ridículo. Mas de ora em diante eu não me zango mais, todo o mundo é assaz e gentil pra comigo, mesmo quando troça de mim, e, dir-se-ia, mais gentil ainda naquele momento. Eu riria de bom grado com eles, não tanto de mim, somente para lhes ser agradável, se não sentisse tal tristeza ao contemplá-los."
Fiódor Dostoiévsky

é como se olha!


- Quando reparo na forma como olhas pra mim, quando olhas e sabes que não olho, quando vês e reparas o que faço, quando faço o que faço, e então dizes as palavras que só tu sabes, e são sempre palavras de amor, e eu penso: então eu penso que tens medo de um silêncio, um silêncio qualquer a alastrar, e que o preenches como deves, ou achas que deves. Só então tu falas. Como agora. E quando não falas, são os teus pensamentos. Ouço o que não ouço. É o silêncio que eles fazem. O silêncio das tuas palavras pertuba-me mais do que as palavras ditas, as palavras propriamente ditas. E então peço-te que fales, o que é a mesma coisa, porque não consigo suportar a ausência das tuas palavras. Ou a presença delas. Não sei. Talvez não goste da tua voz, talvez seja só isso. Mas já é muito, pra ser alguma coisa, não é? Mas gosto das tuas mãos. Viveria com elas o resto dos meus dias, mesmo sabendo que "o resto dos meus dias" é a pior expressão que existe, para além de ser muito tempo para existir, ou muitos dias, o que é a mesma coisa. Gosto de as sentir quentes ou frias, normalmente frias, e gosto quando me tocas o rosto, o que é uma intromissão, mas é bom na mesma e não me importo. Agora só quero que me beijes!

Encontrei isto no DA da Áquila e gostei bastante.

o coração que se ria de mim

procurei: eram gavetas, eram malas, eram cantos, eram vãos de escadas; eram armários e guarda-vestidos; eram caixas de jóias, eram embalegens de leite e até rebuçados.
e estava dentro, enterrado no meu peito, a rir-se de mim, a ver-me procurar por ele!


ai, é tão estúpido quando bate.

black coffee


By: Ella Fitzgerald

I'm feeling mighty lonesome
Haven't slept a wink
I walk the floor and watch the door
And in between I drink
Black Coffee

Love's a hand me down brew
I'll never know a Sunday
In this weekday room
I'm talking to the shadows
1 o'clock to 4
And Lord, how slow the moments go
When all I do is pour
Black Coffee

Since the blues caught my eye
I'm hanging out on Monday
My Sunday dream's too dry
Now a man is born to go a lovin'
A woman's born to weep and fret
To stay at home and tend her oven
And drown her past regrets
In coffee and cigarettes

I'm moody all the morning
Mourning all the night
And in between it's nicotine
And not much hard to fight
Black Coffee
Feelin' low as the ground
It's driving me crazy just waiting for my baby
To maybe come around


My nerves have gone to pieces
My hair is turning gray
All I do is drink black coffee
Since my man's gone away


5.11.09

boas coisas

SINTO COISAS BOAS A CHEGAR.

foi engraçado como, desde segunda-feira, ou caí, ou bati com a cabeça, ou me trilhei todos os dias!
sinto um vento tão diferente a bater-me na cara. eu aceito-o.

o meu par!

Acordo com esta música na cabeça, passo o dia a cantá-la, passo o dia a olhar para todos à procura do meu par e, quando finalmente o encontro, ao longe, basta-me observá-lo que me sinto saciada. O meu par de que guardo tantas saudades. Continuo a cantá-la e adormeço a ouvi-la.

Eu não te vou mostrar meu amor sem tu mostrares o teu ,
O meu poderia dar uma história para contar,
Girar o mundo e voltar sem sair do mesmo lugar.
Tu és o meu Par .
Se me pudesses levar
Nós podíamos procriar,
Comprar uma casa num pomar ou junto ao mar .
Nunca teríamos frio, nunca teríamos fome .
Eu escreveria o teu nome na estrada para me iluminar ,
Não estou preocupado: vou andar , andar até achar.
Até o meu coração parar!
Tu és o meu par.


O meu par - Halloween
(letra com correcções e suprimida em algumas partes)

4.11.09

deixa-me rir

e ganha juízo de uma vez por todas. deixa-me lá ir e ficar nas terras onde não sei de ti mais que a tua memória. que triste papel! tamanho individualismo em alguém que se quer de todos, que se julga detentor/a das verdades da justiça e da igualdade, que proclama a união de todos os corpos na luta pelo objectivo e pela clareza das ideias de uma revolução que nem sequer sabe praticar consigo mesmo/a e com o/a que o/a rodeia. às vezes só me apetece apagar da lista das pessoas que mais gosto esta pessoa que tem o egoísmo em si e que é para si a razão e o ser mais alto. poupar-me que sou das que mais me mexo na sua vida de pedra e cal - vida que é assim com a sua aprovação e deleite - não poupa. para o caralho com esta merda toda!

o chão que pisas sou eu!
.

eu hei-de amar uma pedra - se eu já não amo



entrevista a António Lobo Antunes
por Maria Augusta Silva
09 de Novembro de 2004


Podemos começar por falar de amor?
Se eu souber responder...

O título do seu novo romance, Eu Hei-de Amar Uma Pedra, nascendo embora de um canto popular, terá a ver, igualmente, com impossibilidades do amor?
Não sei russo, mas quando dizem que Pushkin empregava a palavra carne e sentia-se o gosto da palavra carne na boca, isso tem a ver com as palavras que se põem antes e depois. É a mesma coisa que amor. Os substantivos abstractos são perigosos.

Há uma personagem no livro, que, à quarta-feira, ao longo de décadas, vai, secretamente, a uma pensão da Graça, ama e ali morre...
Foi daí que o livro veio. Só mudei o sítio. Sempre me espantou essa extraordinária forma de amor. A sexualidade, sempre tão importante para mim - e continua a ser -, cada vez me parece mais vazia de sentido quando não há outro modo de diálogo e de encontro, embora seja muito difícil resistir ao desejo imediato.

Amor é algo mais?
A noção de amor varia de pessoa para pessoa. Muitas vezes estamos apaixonados ou estaremos agradecidos por gostarem de nós? Ou será que o outro é apenas alguém junto de quem nos sentimos menos sozinhos? Não sei bem o que é a verdade acerca do amor e duvido que haja quem saiba. Só tenho perguntas, não tenho respostas. Até que ponto o amor não é apenas a idealização de um outro e de nós mesmos?

Nunca é fácil salvar uma relação...
Uma coisa é o amor, outra é a relação. Não sei se, quando duas pessoas estão na cama, não estarão, de facto, quatro: as duas que estão mais as duas que um e outro imaginam. Não me preocupa muito. Preocupa-me em relação a mim mesmo, mas há grandes partes da minha vida que eliminei sem piedade. Não vou a jantares, não vou a lançamentos.

E não tem solidões?
Preciso e gosto de estar sozinho.

(...)
Está a dizer-me que o livro, em relação ao autor, é uma mentira?
Estou a dizer que o livro é melhor do que eu. Não escrevo assim tão bem.

Quem escreve o livro por si?
Um dia, em conversa com Eduardo Lourenço, a propósito de criação literária, ele lembrava o soneto de Pessoa (de quem não sou grande fã e ele é), que fala de «emissário de um rei desconhecido (...)», uma espécie de mensageiro. Há uns tempos, disse ao telefone, ao meu agente, ter a sensação de que era um anjo que estava a escrever por mim. Lembrei- -me, então, que anjo quer dizer mensageiro. Quando estou a escrever, parece que estão a ditar-me e a mão a reproduzir.

(...)

Que tempo vivemos: o do julgamento?
Tenho uma vida um pouco especial. Estive recentemente na Roménia, um país que me encanta e me faz reaprender o que é a liberdade. Um país muito parecido connosco...

No aspecto da liberdade?
No da latinidade. Quando voltei, havia todas essas coisas provocadas por este espantoso governo que temos. Tudo o que se tem passado me dá vontade de rir. Nós nunca vivemos em democracia, tal como os EUA não vivem em democracia. A democracia implicaria um referendar constante das decisões, e isso não acontece.

Há eleições...
Vota-se de quatro em quatro anos, mas, entre esses quatro anos, não nos pedem opinião. O que se tem verificado em Portugal, a propósito da liberdade de imprensa, não passa de uma luta de poder igual a tantas outras. De uma forma geral, olho para os políticos com uma indulgência divertida, sejam de que partidos forem. Há pouco tempo, estava no estrangeiro, num encontro com cento e tal escritores, e ouvi falar de Portugal por causa do «barco do aborto». Comentava-se que um ministro nosso terá dito: O mar português é um mar com princípios. Foi um motivo de troça à minha custa, que não tinha culpa nenhuma.

Portugal é diferente dos outros países?
Claro que não. Nem somos piores. E temos uma língua espantosa. E um clima maravilhoso. Cada vez me seria mais difícil viver longe de Portugal. Gosto muito do meu país.

(...)

Que imagem tem da língua portuguesa, falada por 250 milhões?
Na sua maior parte, as pessoas que conhecem o português em alguns países conhecem o português do Brasil, cujo léxico e musicalidade são diferentes. Julgo que o meu português coloca problemas específicos. Estou a lembrar-me do problema que foi para um tradutor expressões como alto lá com o charuto. Todas as línguas têm a sua idiossincrasia. Uma tradução acaba por ser uma fotografia a preto e branco.

Sente-se bem a escrever em português?
É a minha língua, não me imagino a escrever noutra.

(...)

Tem palavras por meio das quais procure um significado absoluto?
Tenho aprendido mais a escrever com os poetas do que com os prosadores. Em poesia, pelo menos nos poetas que admiro, cada palavra tem um brilho próprio. Mas não gosto de dividir as coisas em romance, conto, novela, poema.

Convoca tantas flores para os seus livros... Fazem parte da sua natureza?
Vivo sem flores, não tenho flores em casa. Vivo com livros e quadros, a maior parte oferecidos pelo Júlio Pomar. Nunca tive bens materiais. Nem uso relógio. Posso fazer a mala e ir-me embora. Não estou agarrado às coisas.