6.11.09

é como se olha!


- Quando reparo na forma como olhas pra mim, quando olhas e sabes que não olho, quando vês e reparas o que faço, quando faço o que faço, e então dizes as palavras que só tu sabes, e são sempre palavras de amor, e eu penso: então eu penso que tens medo de um silêncio, um silêncio qualquer a alastrar, e que o preenches como deves, ou achas que deves. Só então tu falas. Como agora. E quando não falas, são os teus pensamentos. Ouço o que não ouço. É o silêncio que eles fazem. O silêncio das tuas palavras pertuba-me mais do que as palavras ditas, as palavras propriamente ditas. E então peço-te que fales, o que é a mesma coisa, porque não consigo suportar a ausência das tuas palavras. Ou a presença delas. Não sei. Talvez não goste da tua voz, talvez seja só isso. Mas já é muito, pra ser alguma coisa, não é? Mas gosto das tuas mãos. Viveria com elas o resto dos meus dias, mesmo sabendo que "o resto dos meus dias" é a pior expressão que existe, para além de ser muito tempo para existir, ou muitos dias, o que é a mesma coisa. Gosto de as sentir quentes ou frias, normalmente frias, e gosto quando me tocas o rosto, o que é uma intromissão, mas é bom na mesma e não me importo. Agora só quero que me beijes!

Encontrei isto no DA da Áquila e gostei bastante.

Sem comentários:

Enviar um comentário