14.2.10

e chamar-me a paz ao espírito

...quando o que eu menos desejo é paz em mim.
a paz acontece-me quando, na montanha-russa da minha vida, ando um bocado mais devagar para, posteriormente, a velocidade aumentar e o peito me sair pela boca. a paz é uma puta, a paz não anda comigo por andar; ela existe em mim e chama-me à calma e ao sabor da felicidade momentânea. eu sou uma pessoa feliz e a paz anda comigo porque eu finjo que a quero. mas eu sou montanha-russa e por mais puta que a paz seja, não me vai conseguir foder, porque agora não tenho nada a pagar-lhe.
e não lhe darei o meu corpo. 
eu não sou feita de paz, eu odeio a paz, eu tenho de complicar e de foder tudo para depois poder juntar os cacos dos copos que parti. junto-os e nunca mais faço um copo igual ao primeiro - eu quero mais é que a perfeição vá dar uma curva, porque eu a detesto e mal junto os pedacinhos do copo, que vao sendo cada vez mais difíceis de juntar, volto a pegar nele e a parti-lo. 
eu quero e vou arriscar tudo o que tiver de arriscar, porque eu não tenho medo das consequências - You know me/ I'm Mr. Nice/ You know me/ I survive at any price/ So it seems I'm devil's son -, porque eu só tenho medo da minha própria reprovação. 


guerra aberta à minha paz!

2 comentários:

  1. porquê essa necessidade de revolta?porquê essa fuga à tua paz?

    consigo sempre ficar surpreendida a "descobrir-te através de acções e(ou) opiniões" e sabes? anh és in,definida.

    felizes os que sentem «enjoos na barriga»

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  2. A paz tirou te a "paz" !!! :D
    Vivo em paz numa montanha russa :)

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