17.6.10

era uma vez uma miúda de 15 anos que pensava que escrevia alguma coisa

não sei porque escrevo. sorrio. sinto-me feliz por não ter perdido tudo o que ainda nos é comum.
estou no metro - penso que as viagens têm a ver contigo e vejo o teu reflexo nas imagens que passam distorcidas.
por enquanto não te adoro. deixei de te adorar: desliguei-me no momento em que pressionaste o off e me deixaste aparentemente às escuras. não te quero mais porque me entedias, porque proclamava venerar-te um dia e achaste-te no direito de cuspir no que criaste.
um dia talvez te encontres e esqueças que tudo o que separa o mundo são números. pretendo, não que me queiras, mas que voltes, que venhas, que te deixes vir, quero... chega pensar que não mais existes e que aquilo que me disseste definhou contigo e, agora que escureceu, vejo apenas os pequenos crepúsculos de quando em vez, perco o medo e digo ferozmente que quero que voltes, que és mais que este pó em que te estás a transformar.
percebi que te quero a alma, as palavras, a presença - que saudade não é do teu corpo, do teu sexo: saudade é do outrora das conversas, dos medos.

sexta-feira, 18 de Abril de 2008
23:34:55




(btw, já não me lembrava disto. só publiquei porque tenho a noção de que não tornarei a escrever uma cena assim. nem melhor, nem pior - estou diferente!)

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