14.12.11

Como protagonizar uma ausência?

Sinto-me bem onde estou. Por vezes, perco-me propositadamente, mas, como sei que o reencontro é breve, não me preocupo e começo a ir.
Estável. Não sinto falta de pessoas, nem de lugares e vou-me apresentando a novos cheiros, novas caras e palavras; vou atribuindo música aos sítios e, sim, cores, também vou pintando de fresco o que é novo. Começo a deixar de ter vertigens e o medo bate a outra porta. Aqui, leio muito, escrevo menos; tenho muito tempo para amar, pouco para amar-me. Penso na mesma quantidade de sempre e não perco o contacto com o ócio, meu eterno amante.
Sou presença, umas vezes assídua, outras nem tanto, em vidas alheias. Invadimos mutuamente a nossa realidade e calamo-nos, eternamente, noutras que mudaram a fechadura e nos tiraram as chaves, para que não nos fosse permitido entrar.
Tinha deixado de escrever neste Blog, mas voltei, não sei se para ficar ou não.
Tudo muda. Só a mudança permanecerá imutável e, com o tempo, tornar-nos-emos todos dinossauros. Proclamarei a extinção como forma de organização da presença dos outros na nossa vida e em nós mesmos. Agradeço-lhe todos os dias.


Bonobo - Dinosaurs

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